0

Foi emocionante a cerimônia de ratificação de posse dos novos desembargadores do Trabalho da 8ª Região, Julianes Moraes das Chagas e Maria Zuíla Lima Dutra, conduzidos pelo decano do TRT8, desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, e pela desembargadora Ida Selene Sirotheau Corrêa Braga. Os dois novos integrantes do TRT8 têm histórias bonitas de vida e superação, que foram destacadas pela desembargadora Ida Selene, oradora oficial da solenidade presidida pela desembargadora Sulamir Monassa, presidente em exercício da Corte. 

Julianes começou como motorista do TRT8, Zuíla foi telefonista e bancária antes de prestarem concurso para a magistratura trabalhista. O pai de Julianes, Raimundo das Chagas, era juiz estadual em uma época em que o TJE pagava muito mal aos seus magistrados e, como tinha prole numerosa, chegou ao ponto de cogitar se candidatar no concurso para oficial de justiça, que na época ganhava mais do que juiz. Por sorte, na mesma ocasião abriu concurso para juiz substituto do Trabalho, que ele foi aconselhado a fazer, e passou. Mas preferiu se aposentar para aproveitar a companhia da família, ao invés de assumir a presidência do tribunal, como seria seu legítimo direito. Um homem admirável que deixou como legado a integridade e dedicação à aplicação da justiça, como testemunham o desembargador Vicente Fonseca e o advogado Célio Simões. 

A mãe de Zuíla, a dona Cheirosinha, como é carinhosamente conhecida em Santarém, é só orgulho da filha, cujo empenho pelas causas sociais é tremendo. Em pronunciamento pungente, Zuíla Dutra acentuou o eterno dilema dos juízes entre a letra fria da lei e o sentimento de fazer justiça. Juíza-cidadã, que estende os horizontes de seu gabinete às escolas públicas, à periferia da capital e aos municípios mais longínquos do Pará e Amapá, ela reafirmou seu compromisso com a infância e adolescência e os ideais de justiça e paz social.

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Hideraldo Machado, fez um discurso forte e envolvente, enfatizando as trajetórias de cada um dos novos desembargadores e abriu parênteses para repudiar a violência de pistoleiros de aluguel contra o grupo móvel de combate ao trabalho escravo, em São Félix do Xingu. 

Não à toa, havia muitos santarenos no auditório do TRT8, a começar pelos desembargadores Vicente Fonseca, Ida Selene e Zuíla Dutra e o procurador chefe do MPT Hideraldo Machado. Entre eles, o procurador geral do MPE-PA em exercício, Jorge Mendonça, o jornalista professor doutor em Comunicação da UFPA, Manuel Dutra, marido de Zuíla;  o juiz do Trabalho Océlio Moraes; Expedito Ferreira, a vereadora Ana Elvira Alho e o empresário Naldo Coimbra; Samuel Lima, professor doutor em Comunicação da UFSC e UnB e Celson Lima, doutor em Engenharia Electrotécnica e Computadores, pós-doutor e ex-pesquisador visitante do Massachusetts Institute of Technology (MIT) em Cambridge, EUA, irmãos de Zuíla Dutra, que fizeram recital de voz e violão após a cerimônia, tocando músicas de autoria do maestro Wilson Fonseca (Isoca), Beto Paixão, Nilson Chaves, Vital Lima, João Bosco, Mílton Nascimento, Geraldo Azevedo, Almir Sater e Chico Buarque.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Reserva do Bacurizal, em Salvaterra, no Marajó

Anterior

Santarém, princesa da luz!

Próximo

Você pode gostar

Comentários