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O Mercado Municipal Francisco Bolonha, o Mercado de Carne, e o Mercado de Ferro, ou Mercado de Peixe, são patrimônios públicos importantes e sobretudo ícones de Belém, e vão ganhar restauro que envolve pavimentação, drenagem, instalações elétricas, impermeabilização, pinturas e outros serviços. No Mercado de Carnes, que data de 1867, serão investidos R$ 6,54 milhões. Já no Mercado de Peixe, fundado em 1901, R$ 3,36 milhões. As obras já foram deslanchadas pelo prefeito Edmilson Rodrigues, têm prazo de 12 meses e serão executadas pela empresa Ten Tavares Energia e Construtora Ltda.

São cerca de R$ 64 milhões destinados à reforma completa do Complexo do Ver-o-Peso, pela Prefeitura de Belém, via Seurb, com recursos garantidos pelo governo federal, pela Itaipu Binacional. As obras do complexo contemplam a Feira do Açaí, a Pedra do Peixe e a Feira Tradicional. Mais R$ 1,2 milhão foi aplicado na Ladeira do Castelo pela Prefeitura.

Belém é uma cidade lindíssima que precisa ser preservada e bem cuidada. O Mercado de Carne Francisco Bolonha foi construído em 1867 e remodelado em 1908 com a assinatura de Francisco Bolonha. Sua fachada com características neoclássicas e interior com peças em ferro pré-fabricadas, art nouveau, trazidas dos estabelecimentos escoceses da Walter MacFarlane, no pátio interno a escada helicoidal, dão uma ideia do apogeu econômico do ciclo do látex na Amazônia. Toda a estrutura do Mercado de Ferro foi importada dos EUA e da Inglaterra e chegou pronta, apenas faltando ser montada.

Cartão postal de Belém do Pará, o Complexo do Ver-o-Peso expõe o frescor da Amazônia em suas barracas. A madrugada fervilha por lá. De manhã cedo, os barcos vão chegando com açaí, peixes, frutas, legumes e verduras, temperos das comidas típicas de Belém. A baía do Guajará lança sua brisa sobre os mercados da carne e do peixe, construídos com estruturas de ferro trazidas da Inglaterra a bordo dos navios portugueses.

Ninguém resiste aos cheiros e sabores dos produtos oferecidos no Ver-O-Peso: do perfume do patchuli e o colorido do artesanato aos poderes das ervas que trazem soluções para todos os males, até os do coração, incluídos saudades e paixões mal resolvidas…

Eleito entre as Sete Maravilhas do Brasil, o Ver-O-Peso fica Cidade Velha e às margens do rio Guamá. Foi construído em 1625 no porto do Piri, como era chamado o local na época. Sua denominação remete às chamadas Casas do Ver-o-Peso, projetadas no Brasil, em 1614, para conferir o peso exato das mercadorias e cobrar os respectivos impostos para a Coroa portuguesa.

No final do século XIX e início do século XX, foi adaptado às características da Belle Époque. O complexo arquitetônico e paisagístico tem área de 35 mil metros quadrados e é integrado pelo Mercado de Ferro, o Mercado da Carne, a Praça do Relógio, a Doca, a Feira do Açaí, a Ladeira do Castelo (1ª rua de Belém), o Solar da Beira e a Praça do Pescador. O conjunto foi tombado pelo IPHAN, em 1997, e inscrito nos Livros do Tombo de Belas Artes e Histórico, além do Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

Fotos de Fernando Sette

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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