
Primeiro grande texto do filósofo Michel Foucault, A História da Loucura na Idade Clássica completa 50 anos em 2011 e permanece atualíssima. Escrita quando Foucault era diretor da Maison de France, e orientada pelo também filósofo francês Georges Canguilhem, sua tese de doutoramento levou quase toda a segunda metade da década de 50 para ficar pronta, baseada na prática do pensador em clínicas psiquiátricas e motivada por grande curiosidade sobre os princípios da psicologia.
A História da Loucura estabelece a noção foucaultiana de arqueologia no exame da construção cultural, jurídica, política, filosófica e médica da loucura na Europa, desde a Idade Média até o final do século XVIII, implacável crítica à ideia da história e do método histórico.
Para comemorar a data, o Programa de Pós-Graduação em Filosofia e o Programa de Pós-Graduação em Psicologia, ambos da Universidade Federal do Pará, realizam Colóquio hoje e amanhã, das 13h às 19h, no Auditório do Instituto de Ciências Jurídicas José Vicente Miranda Filho.
Nas mesas redondas, os professores doutores Marcos César Alvarez (USP/SP), Kleber Prado Filho (UFSC), e Hélio Rebello Cardoso Jr. (UNESP-Assis), abordarão “A história da loucura no contexto da luta antimanicomial no Brasil”, “Sociedade Disciplinar e Sociedade de Controle: mudança no estatuto do paciente psiquiátrico” e “Implicações da produção de saber poder: da loucura à gestão dos corpos”.
A programação encerra com a conferência do Prof. Dr. Ernani Chaves (UFPA), intitulada “Sobre ‘fechaduras enferrujadas’ ou a autocrítica de Foucault em relação à História da Loucura”. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no próprio local.
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