Hoje, a terra
natal do romancista Dalcídio Jurandir, Ponta de Pedras, completa 135 anos de emancipação. Em
Belém, no conjunto dos Mercedários, lugar de memória da Cabanagem, o Instituto
de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(IPEA), conclui oficina de nivelamento de informações consolidadas e implantação do Observatório Socioambiental do Projeto Nossa Várzea no Pará.
natal do romancista Dalcídio Jurandir, Ponta de Pedras, completa 135 anos de emancipação. Em
Belém, no conjunto dos Mercedários, lugar de memória da Cabanagem, o Instituto
de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(IPEA), conclui oficina de nivelamento de informações consolidadas e implantação do Observatório Socioambiental do Projeto Nossa Várzea no Pará.
Na Academia
do Peixe Frito, o acadêmico José
Varella lembra, com muita propriedade, aliás, que esse Observatório deveria
prestar homenagem ao idealizador da regularização fundiária das populações
ribeirinhas do Pará, Neuton Miranda, seu confrade que tombou
no Tapajós quando havia começado com entusiasmo a difícil missão nas ilhas do Marajó.
José Varella ressalta a interessante coincidência de datas e
fatos na história do povo marajoara. 1972, por exemplo: Neuton na clandestinidade
da resistência ao golpe militar de 1964 lutava no movimento estudantil com a
UNE; Dalcídio levado pelo amigo e
camarada Jorge Amado obtinha o reconhecimento do conjunto da obra iniciada, em
Gurupá e Salvaterra, com a elaboração do romance seminal “Chove nos
campos de Cachoeira” e “Marajó“, recepcionado por Vicente Salles
(último membro da primeira fase da Academia
do Peixe Frito, aproximadamente, de 1930 a 1950) como “o primeiro romance
sociológico brasileiro”. E o romance no Rio Grande do Sul, “Linha
do Parque“, mal recebido
pela direita e pela esquerda. Os primeiros por enxergar uma obra
“comunista” e os últimos, por discrepar do chamado realismo
socialista exaltando a figura heroica dos trabalhadores.
Varella penteia a
História rememorando que, naqueles anos
de chumbo, em que as forças de resistência atuavam no Exterior com exilados
políticos e no País em ações
armadas ou não, com exemplo maior na guerrilha do Araguaia que, vista ao longo
do tempo pelo fio da História, acaba sendo a continuidade da Cabanagem, os
meios católicos tradicionalmente conservadores viram-se sacudidos pelos ventos
da Teologia da Libertação com sua opção preferencial pelos pobres recuperando a
antiga militância de padres e freiras pelos direitos humanos indígenas. E no Marajó a expressão maior foi a
atuação do bispo da Diocese de Ponta de Pedras, Dom Angelo Maria Rivatto e do
padre Giovanni Gallo, pároco de Santa Cruz do Arari, inventor por acaso do Museu
do Marajó, naquele mesmo ano.
Na distância, em seu retiro
numa mansarda em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, Dalcídio era em pessoa algo
como um “Observatório” de tudo o que dizia respeito à sua Criaturada
grande… Auxiliado pela fiel correspondente Maria de Belém Menezes, dileta
filha do fundador da Academia do Peixe Frito,
o poeta Bruno de Menezes, logo se deu conta de que algo de diferente acontecia
no Marajó: no Arari, o padre italiano, além de inventar o Museu e a Pastoral do
Pescador, fazia-se repórter com fotos espetaculares e textos impactantes.
Mandava-lhe recados: “reúna os artigos e
publique um livro”. Nasceu assim o agora clássico “Marajó, a
ditadura da água“. Um
exemplar da obra foi mandada de Soure ao Presidente com autógrafos dos
presentes ao seminário de
integração do Plano Marajó e programa
Território da Cidadania – Marajó, em 2008, relata Varella.
numa mansarda em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, Dalcídio era em pessoa algo
como um “Observatório” de tudo o que dizia respeito à sua Criaturada
grande… Auxiliado pela fiel correspondente Maria de Belém Menezes, dileta
filha do fundador da Academia do Peixe Frito,
o poeta Bruno de Menezes, logo se deu conta de que algo de diferente acontecia
no Marajó: no Arari, o padre italiano, além de inventar o Museu e a Pastoral do
Pescador, fazia-se repórter com fotos espetaculares e textos impactantes.
Mandava-lhe recados: “reúna os artigos e
publique um livro”. Nasceu assim o agora clássico “Marajó, a
ditadura da água“. Um
exemplar da obra foi mandada de Soure ao Presidente com autógrafos dos
presentes ao seminário de
integração do Plano Marajó e programa
Território da Cidadania – Marajó, em 2008, relata Varella.
Leiam esta e outras
fascinantes histórias no blog Academia
do Peixe Frito, do José Varella.
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